CID F43, quais os direitos? Aposenta pelo INSS?

Reações Graves ao Estresse pode Aposentar? (CID F43)

Quando as pressões da vida se tornam insuportáveis, o impacto vai muito além do emocional. Afinal e a CID F43, quais os direitos? Aposenta pelo INSS? 

Transtornos graves de estresse, classificados na CID F43, podem comprometer seriamente a capacidade de trabalho e a vida pessoal de quem os enfrenta. 

Neste artigo, exploraremos como essas reações ao estresse podem abrir caminho para benefícios previdenciários, como, por exemplo:

Você, que está lidando com essa difícil situação ou conhece alguém passando por isso, pode ter a seguinte dúvida: Reações Graves ao Estresse pode Aposentar?

Vamos entender juntos.

Sumário

O Que é o CID F43?

A Classificação Internacional de Doenças (CID F43) engloba uma série de reações graves ao estresse que podem surgir após eventos traumáticos ou situações de extrema pressão. 

Algumas dessas reações se manifestam de forma aguda, enquanto outras evoluem para transtornos crônicos, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). 

Vejamos as principais subdivisões:

  • CID F43.0 – Reação aguda ao estresse: Uma resposta imediata a um evento traumático, como acidentes graves ou desastres.
  • CID F43.1 – Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): Uma condição persistente que ocorre após experiências traumáticas.
  • CID F43.2 – Transtornos de adaptação: Dificuldade prolongada em lidar com mudanças ou eventos de vida significativos.
  • CID F43.8 – Outros transtornos reativos ao estresse: Inclui condições não especificadas associadas ao estresse.
  • CID F43.9 – Transtornos reativos ao estresse não especificados: Para situações em que o diagnóstico específico ainda não é claro.

Quais são os sintomas da CID F43?

Os sintomas mais comuns associados às reações graves ao estresse incluem: 

  • Ansiedade intensa, que dificulta o relaxamento e o foco. 
  • Insônia, que agrava o quadro, causando fadiga e exaustão. 
  • Irritabilidade, muitas vezes levando a conflitos interpessoais. 
  • Dificuldades cognitivas, como a incapacidade de se concentrar ou tomar decisões. 

As complicações são graves e podem afetar diretamente a capacidade de trabalho e vida pessoal, tornando quase impossível para o indivíduo seguir com suas atividades normais.

Aposentadoria por Invalidez em Casos de Estresse (CID F43)

A Aposentadoria por Invalidez é concedida para segurados que, após perícia médica do INSS, comprovam incapacidade permanente para o trabalho. 

Em casos de estresse grave (CID F43), o segurado precisa de um laudo médico completo que demonstre a gravidade dos sintomas e como eles incapacitam o paciente de exercer suas funções profissionais. 

Além disso, é necessário cumprir os requisitos de qualidade de segurado e carência de 12 meses de contribuições.

Salvo em situações de acidente de trabalho ou doenças graves que dispensam a carência, ok?

Qual valor da Aposentadoria por Invalidez

O valor da Aposentadoria por Invalidez, após a Reforma da Previdência, é calculado assim: 

  • Base em 60% da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994;
  • Acrescido de 2% para cada ano de contribuição que exceder 15 anos (mulheres) ou 20 anos (homens).

Veja um exemplo prático de como funciona o cálculo da Aposentadoria por Invalidez:

Vamos considerar Carlos, um administrador que, após anos de estresse severo e crises de ansiedade, desenvolveu um quadro irreversível de incapacidade laboral. 

Ele tem 25 anos de contribuição e uma média salarial de R$ 4.500.

  • Média dos salários de contribuição: R$ 4.500,00.
  • Cálculo da aposentadoria:
  • 60% da média salarial (até 20 anos de contribuição) = R$ 2.700,00.
  • 2% por ano adicional (5 anos) = 10%.
  • Total do benefício = 70% da média salarial = R$ 3.150,00.

Assim, Carlos receberá R$ 3.150,00 de aposentadoria por invalidez.

Auxílio-Doença em Casos de Estresse (CID F43)

O Auxílio-Doença é um benefício temporário concedido a segurados que ficam incapazes de trabalhar por um período determinado

Em casos de estresse grave, o segurado deve comprovar, por meio de laudos médicos, que sua condição o impede temporariamente de exercer suas atividades.

Para ter direito ao Auxílio-Doença, o segurado deve cumprir a carência de 12 meses e comprovar a qualidade de segurado, exceto nos casos de doenças graves ou acidente de trabalho, onde a carência não é exigida.

Como o INSS avalia a incapacidade temporária para o trabalho?

O INSS avalia o impacto do estresse na capacidade de trabalho por meio de uma perícia médica. 

Essa perícia analisa laudos médicos que detalhem os sintomas, o tratamento e o prognóstico. 

Condições como ansiedade crônica, insônia, irritabilidade e dificuldade de concentração podem ser avaliadas para determinar a incapacidade temporária.

Veja um exemplo prático de quando o Auxílio-Doença pode ser concedido por motivos de estresse:

  • Um professor que, após anos de excesso de trabalho, desenvolve estresse agudo, causando insônia e perda de concentração, pode solicitar o Auxílio-Doença
  • Após perícia médica e apresentação de relatórios psiquiátricos, ele pode ser afastado temporariamente, recebendo o benefício até que seu quadro melhore.

Qual o Valor do Auxílio-Doença?

O valor do Auxílio-Doença é calculado com base na média de 100% de todos os salários de contribuição do segurado desde julho de 1994. 

No entanto, a média dos últimos 12 salários não pode ser ultrapassada.

Exemplo Prático de cálculo do auxílio-doença

  • Se uma segurada com estresse grave tiver uma média salarial de R$ 4.000,00 nos últimos 12 meses, o valor de seu auxílio-doença será de R$ 4.000,00. 
  • Mesmo que sua média de contribuições anteriores seja maior, esse limite é aplicado.

Reações ao Estresse (CID F43) Podem Ser Consideradas uma Doença Ocupacional?

Reações graves ao estresse podem ser reconhecidas como doenças ocupacionais quando o ambiente de trabalho é diretamente responsável pelo seu desenvolvimento

Profissões que envolvem alta carga emocional, estão mais sujeitas a gerar situações de estresse grave, como

  • Bombeiros;
  • Enfermeiros;
  • Policiais
  • Médicos 
  • Professores.

Para comprovar a relação entre a doença e o trabalho, o segurado deve apresentar a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), emitida pela empresa ou pelo sindicato. 

A CAT é essencial para que o benefício seja classificado como acidentário.

Benefícios Possíveis do INSS em caso de Doença Ocupacional

Caso as reações graves ao estresse, classificadas pela CID F43, sejam relacionadas ao trabalho, você pode ter direito aos seguintes benefícios do INSS:

  1. Auxílio-Doença Acidentário
  • Esse benefício é concedido sem a necessidade de carência quando o estresse é relacionado diretamente ao trabalho. 
  • Ele oferece maior proteção, pois garante estabilidade no emprego por 12 meses após o retorno ao trabalho.
  • Exemplo Prático: Um policial que, após ser exposto a situações traumáticas, desenvolve transtorno de estresse pós-traumático pode ter direito ao auxílio-doença acidentário, desde que comprove o nexo entre a doença e o ambiente de trabalho por meio de laudos médicos e a CAT.
  1. Auxílio-Acidente
  • Esse benefício é concedido quando as sequelas do estresse reduzem permanentemente a capacidade de trabalho do segurado, mesmo que ele possa continuar a exercer suas atividades.
  • Exemplo Prático: Um jornalista que, após anos de estresse, desenvolve transtorno de ansiedade generalizada, mas ainda consegue trabalhar em jornadas menores e com tarefas menos exigentes, pode receber o auxílio-acidente para compensar a perda parcial de sua capacidade laboral.
  1. Aposentadoria por Invalidez Acidentária
  • Quando o estresse relacionado ao trabalho gera uma incapacidade permanente que impede o segurado de continuar trabalhando, ele pode solicitar a aposentadoria por invalidez acidentária. O cálculo desse benefício é de 100% da média dos salários de contribuição, sem a aplicação do fator previdenciário.
  • Exemplo Prático: Um controlador de tráfego aéreo que desenvolve estresse crônico e transtorno de estresse pós-traumático pode ser aposentado por invalidez acidentária, caso seja comprovado que o trabalho foi a causa da doença e da incapacidade permanente.

Documentos Necessários para Comprovar a Incapacidade por Reações ao Estresse (CID F43)

Para conseguir qualquer benefício junto ao INSS é necessário provar a sua condição e, para isso, quanto mais documentos você conseguir, melhor.

Veja:

  • Laudos médicos detalhados: Relatórios emitidos por médicos psiquiatras ou psicólogos, descrevendo o diagnóstico (CID F43), sintomas, tratamentos aplicados, e a gravidade da condição.
  • Relatórios de acompanhamento: Descrição da evolução do quadro clínico e tratamentos médicos, com destaque para o impacto nas funções cognitivas e laborais.
  • Exames complementares: Avaliações neuropsicológicas e psiquiátricas que comprovem a incapacidade de realizar atividades laborais.
  • Relatórios de terapeutas: Avaliações de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que ajudem a identificar limitações funcionais resultantes do estresse grave.
  • Testes laboratoriais e de imagem: Exames que comprovem condições associadas ao estresse, como problemas cardiovasculares ou hipertensão, que podem agravar o quadro.
  • Relatório da empresa: Se houver vínculo laboral, documentos da empresa que demonstrem o impacto das atividades do trabalho na saúde mental do trabalhador.
  • CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho): Documento essencial para casos em que o estresse foi causado pelo trabalho, dando base a pedidos de benefícios acidentários.

Conclusão

Reações graves ao estresse (CID F43) podem gerar impactos severos na vida profissional e pessoal, potencialmente garantindo benefícios como auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. 

O sucesso no pedido desses benefícios depende de uma documentação bem fundamentada, com laudos médicos detalhados e provas da incapacidade. 

Consultar um advogado especializado em benefícios previdenciários é crucial para assegurar que todos os direitos sejam garantidos e para evitar erros durante o processo de solicitação. 

Um advogado especializado pode também auxiliar na maximização das chances de aprovação junto ao INSS, garantindo que a apresentação dos documentos seja feita da forma mais completa e precisa possível.

Caso tenha qualquer dúvida, procure um advogado especializado em INSS.

Vamos ficando por aqui e até o próximo artigo!

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