Fratura na Lombar ou na Pelve: CID S32 Aposenta?

Fratura na Lombar ou na Pelve: CID S32 Aposenta?

Uma fratura na região lombar ou pélvica é uma condição grave que pode impactar profundamente a vida de uma pessoa, afetando tanto suas atividades diárias quanto sua capacidade de trabalho. 

Essas fraturas não apenas causam dor intensa, como também podem exigir cirurgias complexas, imobilização prolongada e tratamentos intensivos. 

O que muitas pessoas não sabem é que, dependendo da gravidade, essas fraturas podem garantir o direito aos seguintes benefícios:

Neste artigo, você vai ficar por dentro se as fraturas na lombar ou pelve podem levar a ter direito a esses benefícios.

Vamos lá?

Sumário

O Que é a Fratura na Lombar ou na Pelve? (CID S32)

Fraturas na lombar ou pelve ocorrem principalmente devido a traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos ou quedas severas. 

No entanto, a osteoporose também pode causar fraturas na coluna vertebral em idosos. 

Essas fraturas envolvem ossos fundamentais para o suporte do corpo e, quando danificados, podem comprometer a mobilidade e a qualidade de vida da pessoa.

As fraturas na lombar ou na pelve costumam causar dor intensa e imediata, dificuldade de movimentação, e, em muitos casos, perda de função motora. 

A recuperação é lenta, e muitas vezes o tratamento envolve imobilização ou cirurgias complexas, o que pode resultar em complicações como: 

  • Imobilidade prolongada: Muitas vezes, é necessário o uso de coletes ou imobilização cirúrgica, o que pode restringir a mobilidade por meses. 
  • Dores crônicas: Algumas pessoas relatam dores persistentes mesmo após a recuperação, prejudicando a qualidade de vida e a capacidade de trabalho. 
  • Sequelas permanentes: Dependendo da gravidade da fratura, podem ocorrer limitações físicas permanentes, como redução na mobilidade, que impactam o retorno ao trabalho.

Quais são as subdivisões da CID S32?

Dentro da classificação da CID S32, encontramos várias subdivisões que especificam o tipo e a localização das fraturas:

  • CID S32.0 – Fratura da primeira vértebra lombar
    A fratura da primeira vértebra lombar ocorre na parte superior da coluna lombar. Essa fratura pode ser causada por acidentes ou traumas fortes, impactando severamente a capacidade de movimentação e causando dores intensas. Pode requerer imobilização ou cirurgia, dependendo da gravidade.
  • CID S32.1 – Fratura de outras vértebras lombares
    Aqui, a fratura pode ocorrer em qualquer outra vértebra da coluna lombar, exceto a primeira. É comumente associada a traumas graves, como acidentes de carro ou quedas, e pode levar à limitação de movimentos e complicações a longo prazo, como dores crônicas.
  • CID S32.2 – Fratura do sacro
    O sacro é um osso triangular localizado na base da coluna vertebral, entre os quadris. As fraturas do sacro podem comprometer a estabilidade da pélvis e causar dores severas. Essas fraturas frequentemente resultam de quedas ou acidentes e podem exigir longos períodos de recuperação.
  • CID S32.3 – Fratura do cóccix
    O cóccix, ou osso da cauda, pode ser fraturado por traumas diretos, como quedas sentadas ou acidentes. A recuperação é geralmente lenta, e a dor pode ser exacerbada ao sentar ou realizar movimentos bruscos. O tratamento pode envolver desde repouso até intervenções cirúrgicas.
  • CID S32.4 – Fratura do ilíaco
    O ilíaco é um dos ossos grandes que formam a pélvis. Fraturas nessa área costumam ocorrer em traumas de grande impacto, como acidentes de trânsito. As complicações podem incluir perda de mobilidade temporária e a necessidade de cirurgias para correção.
  • CID S32.5 – Fratura do acetábulo
    O acetábulo é a cavidade onde a cabeça do fêmur se articula para formar a articulação do quadril. Fraturas nessa região são graves, frequentemente exigem intervenção cirúrgica e podem resultar em complicações a longo prazo, como artrite ou problemas de mobilidade.
  • CID S32.7 – Fratura de outras partes do osso do quadril
    Essa categoria inclui fraturas que não envolvem especificamente o ilíaco ou o acetábulo, mas que ainda afetam outras partes do quadril, como o púbis ou ísquio. As fraturas nessas áreas podem impactar gravemente a mobilidade e geralmente exigem tratamentos prolongados.
  • CID S32.8 – Fratura de outras partes da coluna vertebral e da pelve
    Aqui, as fraturas podem ocorrer em qualquer outra parte da coluna ou pelve que não sejam mencionadas anteriormente. Essas fraturas podem ser graves, causando complicações como dor crônica e perda de mobilidade, exigindo reabilitação intensiva.
  • CID S32.9 – Fratura não especificada da coluna vertebral e da pelve
    Quando não há uma identificação clara da área exata afetada na coluna vertebral ou pélvis, essa CID é usada para classificar fraturas que não se enquadram em categorias específicas, mas ainda assim causam dor e comprometimento funcional.

Auxílio-Doença por Fratura na Lombar ou Pelve

A fratura na lombar ou pelve pode garantir o Auxílio-Doença, desde que a incapacidade temporária seja comprovada. 

O INSS avalia se a fratura afeta a capacidade de trabalho por um período maior que 15 dias consecutivos.

Veja os requisitos para a concessão do Auxílio-Doença em casos de fraturas na lombar e pelve:

  1. Qualidade de Segurado: O trabalhador deve manter a qualidade de segurado, ou seja, estar em dia com suas contribuições ao INSS. Mesmo quem parou de contribuir recentemente pode manter essa qualidade por até 12 meses após a última contribuição, prorrogáveis em determinadas situações (como estar em período de graça).
  2. Carência: Em regra, são exigidas 12 contribuições mensais para ter direito ao auxílio-doença. Entretanto, em casos de acidente de trabalho ou doenças graves, a carência pode ser dispensada.
  3. Comprovação da Incapacidade Temporária: A incapacidade precisa ser comprovada por meio de laudos médicos e perícia do INSS, que avaliará o impacto da fratura na capacidade laboral.

Qual o valor do auxílio-doença?

O cálculo do Auxílio-Doença segue as regras da Reforma da Previdência. O valor é baseado na média aritmética de 100% de todos os salários de contribuição do trabalhador desde julho de 1994, porém: 

  • O valor do benefício é limitado à média dos últimos 12 salários de contribuição do segurado.

Veja um exemplo prático:

  • Se José contribuiu com base em um salário de R$ 4.500,00 nos últimos anos, mas nos últimos 12 meses sua média foi de R$ 3.000,00, o valor do Auxílio-Doença será limitado a R$ 3.000,00, mesmo que sua média anterior fosse maior.

Aposentadoria por Invalidez por Fratura na Lombar ou Pelve (CID S32)

A Aposentadoria por Invalidez é concedida em casos graves, quando o trabalhador fica permanentemente incapacitado de exercer qualquer atividade laboral. 

Para ser concedida, é necessário que o trabalhador:

  • Mantenha a qualidade de segurado.
  • Comprove a incapacidade permanente através da perícia médica do INSS.
  • Cumpra o período de carência, que é de 12 contribuições mensais, exceto em casos de acidente de trabalho ou doença ocupacional.

Exemplo prático de concessão da Aposentadoria por Invalidez

Maria, uma vendedora, sofreu uma fratura grave na primeira vértebra lombar (CID S32.0) em um acidente de trânsito. 

Apesar de várias cirurgias e tratamento, Maria ficou com sequelas permanentes que a impedem de permanecer em pé ou sentada por longos períodos, inviabilizando seu retorno ao trabalho. 

Após a perícia, o INSS concedeu a Aposentadoria por Invalidez.

Qual o valor da Aposentadoria por Invalidez?

O cálculo da Aposentadoria por Invalidez segue as seguintes regras após a Reforma da Previdência:

  • O valor da aposentadoria corresponde a 60% da média de todos os salários de contribuição, acrescido de 2% para cada ano de contribuição que exceda 15 anos (para mulheres) ou 20 anos (para homens).

Exemplo prático de cálculo da Aposentadoria por Invalidez

  • Maria trabalhou por 25 anos e sua média salarial é de R$ 4.000,00.
  • Como ela contribuiu por 25 anos, excedeu os 15 anos mínimos em 10 anos.
  • Isso significa que além dos 60%, Maria recebe um adicional de 20% (2% x 10 anos), totalizando 80% da média salarial.
  • Portanto, o valor da Aposentadoria por Invalidez de Maria seria:
  • 80% de R$ 4.000,00, ou seja, R$ 3.200,00 por mês.

E se a Fratura Lombar ou Pelve Estiver Relacionada ao Trabalho?

Se a fratura na lombar ou na pelve (CID S32) ocorrer em decorrência do trabalho, o trabalhador pode ter direito a benefícios acidentários, que possuem condições mais vantajosas. 

Veja os três principais:

  1. Auxílio-Doença Acidentário
  • Esse benefício é concedido quando o trabalhador sofre um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional que o incapacite temporariamente.
  • A fratura precisa ser diretamente relacionada ao trabalho, comprovada por documentos como o CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
  • Durante o recebimento do benefício, o trabalhador não perde o vínculo empregatício e tem estabilidade de 12 meses após o retorno ao trabalho.
  1. Auxílio-Acidente:
  • Concedido quando, após a recuperação da fratura, a pessoa fica com alguma sequela que reduz sua capacidade de trabalho de forma parcial e permanente, mesmo que consiga retornar às atividades.
  • A fratura deve ter resultado em uma redução permanente da capacidade laboral, como limitações de mobilidade ou força na região lombar ou pélvica.
  • O trabalhador recebe 50% do valor do salário de benefício e pode acumular com a volta ao trabalho.
  1. Aposentadoria por Invalidez Acidentária
  • Concedida se a fratura na lombar ou na pelve causa uma incapacidade total e permanente para o trabalho.
  • A fratura deve ter ocorrido em decorrência do trabalho e ser tão grave que impeça qualquer possibilidade de recuperação para retornar às atividades.
  • O valor da aposentadoria por invalidez acidentária é sempre de 100% da média salarial, diferentemente dos benefícios não acidentários que podem ter cálculos mais baixos.

Documentos Necessários para Provar a Incapacidade por Fratura na Lombar ou Pelve

Para garantir o direito a benefícios como o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez por fratura na lombar ou pelve (CID S32), é essencial que você reúna uma série de documentos que comprovem a gravidade da lesão, o tempo de incapacidade e, quando aplicável, a relação com o trabalho. 

Veja uma lista detalhada dos documentos necessários:

  • Relatório médico detalhado: Emitido por um ortopedista, descrevendo a fratura, seu tipo (fechada, exposta, etc.), a gravidade, as sequelas e a necessidade de repouso prolongado ou de intervenções cirúrgicas.
  • Exames de imagem: Radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas que comprovem a fratura e mostrem o estágio de cicatrização ou complicações, como compressões nervosas ou desalinhamento ósseo.
  • Evolução do tratamento: Relatórios médicos periódicos atualizados, detalhando a evolução da fratura e as limitações funcionais que impedem o retorno ao trabalho.
  • Relatórios de cirurgias (se aplicável): Se houver necessidade de cirurgia, um relatório detalhado da intervenção, destacando o impacto da fratura no corpo e o prognóstico de recuperação.
  • Avaliação fisioterapêutica: Relatórios emitidos por fisioterapeutas que comprovem a incapacidade física e as limitações motoras, como dificuldade de locomoção, dor crônica, ou perda de flexibilidade.
  • Avaliação ocupacional: Relatórios de terapeutas ocupacionais demonstrando a incapacidade de realizar atividades do dia a dia, como sentar, andar ou levantar peso.
  • Exames laboratoriais: Quando há complicações associadas (por exemplo, osteoporose ou infecções), esses exames podem fortalecer o pedido de benefício.
  • Atestados médicos periódicos: Certificam a necessidade de prolongamento do afastamento e a incapacidade de retorno ao trabalho.
  • Relatórios de especialistas adicionais: Se houver outras condições associadas (ex.: doenças crônicas ou agravantes), relatórios de especialistas que acompanham o caso são fundamentais.

Caso tenha acontecido um acidente de trabalho, os documentos complementares são os seguintes:

  • CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho): Em casos onde a fratura foi causada por um acidente de trabalho, a CAT deve ser emitida pela empresa ou sindicato para comprovar o acidente.
  • Relatório da empresa: Informações sobre o acidente, ambiente de trabalho e atividades laborais realizadas que podem ter causado ou contribuído para a lesão.

BPC/LOAS por Fratura na Lombar ou Pelve (CID S32.0)

Se você nunca contribuiu ao INSS, ainda é possível solicitar o BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada), desde que preencha os requisitos. 

O BPC/LOAS é um benefício assistencial voltado para pessoas com deficiência e idosos com 65 anos ou mais, que comprovem não ter condições de sustentar a si mesmos ou sua família.

Fraturas graves, como aquelas na lombar ou pelve, podem ser consideradas incapacitantes, especialmente quando causam impedimentos de longo prazo que limitam as atividades diárias, a mobilidade e a participação na sociedade por, no mínimo, dois anos. 

Nesses casos, a fratura pode ser considerada uma deficiência para fins de concessão do BPC/LOAS.

Veja os requisitos:

  • Impedimento de Longo Prazo: A fratura deve gerar limitações que durem ao menos dois anos, afetando a capacidade de viver de forma independente.
  • Renda Familiar: A renda por pessoa no núcleo familiar deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.
  • Avaliação Social e Médica: O solicitante passará por uma avaliação do INSS, tanto social quanto médica, para verificar a gravidade da incapacidade e a situação financeira.
  • Sem Necessidade de Contribuição: O BPC/LOAS não exige que o solicitante tenha contribuído ao INSS. É um benefício assistencial, diferentemente dos benefícios previdenciários, que requerem contribuições anteriores.

Conclusão

Fraturas na lombar ou na pelve, como as descritas pela CID S32, podem ser extremamente incapacitantes, e compreender seus direitos é essencial para garantir o suporte necessário. 

Seja por meio do Auxílio-Doença, da aposentadoria por invalidez ou, em casos de acidente de trabalho, dos benefícios acidentários como o auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, ou a aposentadoria por invalidez acidentária, é crucial que a documentação esteja correta e completa para fortalecer o pedido.

Buscar a orientação de um advogado previdenciário especializado pode fazer toda a diferença, desde a preparação da documentação até a defesa de seus direitos junto ao INSS. 

Vamos ficando por aqui.

Até o próximo artigo!

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