Fratura no Crânio (CID S02) Aposenta? Quais os direitos?

Fratura no Crânio (CID S02) Aposenta? Quais os direitos?

As fraturas no crânio são graves, podendo gerar consequências permanentes tanto na saúde quanto na capacidade de trabalhar. 

Além dos efeitos físicos, muitas vezes a recuperação é longa, e o paciente pode não conseguir retomar as atividades normais. 

Neste artigo, vamos esclarecer se a fratura no crânio pode garantir:

Ficou curioso para saber como funciona? Vamos lá?

Sumário

O Que é a Fratura no Crânio (CID S02)?

A fratura no crânio, classificada sob a CID S02, envolve qualquer ruptura nos ossos do crânio ou face. 

Essas fraturas ocorrem geralmente devido a traumas significativos, como acidentes de carro, quedas de grandes alturas ou agressões físicas.

Uma fratura no crânio pode causar:

Fratura no Crânio
  • Dor intensa
  • Inchaço
  • Perda de consciência
  • Dificuldade para falar ou ver
  • Além de complicações como danos cerebrais, infecções e até perda de memória. 

As lesões podem requerer cirurgias de urgência e, em casos graves, resultar em incapacidade permanente.

Auxílio-Doença por Fratura no Crânio (CID S02)

O Auxílio-Doença é um benefício previdenciário concedido pelo INSS aos segurados que, em decorrência de doença ou acidente, ficam temporariamente incapacitados para o trabalho

Durante o período de afastamento, o trabalhador recebe um valor mensal para substituir sua remuneração até que esteja apto a retornar às suas atividades laborais.

Portanto, caso o trabalhador sofra alguma fratura no crânio (CID S02) ele pode solicitar o auxílio-doença, caso fique incapacitado para o trabalho.

Fratura no Crânio

Veja os requisitos para concessão do auxílio-doença:

  • Qualidade de Segurado: O trabalhador deve estar contribuindo para o INSS no momento em que a incapacidade ocorreu ou estar dentro do chamado período de graça, que é o tempo em que o segurado mantém seus direitos mesmo sem contribuir. 
  • Carência Mínima: Ter realizado, no mínimo, 12 contribuições mensais ao INSS. Porém, em casos de acidente de qualquer natureza ou doença profissional, essa carência é dispensada.
  • Incapacidade Temporária Comprovada: A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por meio de perícia médica realizada pelo INSS, indicando que o segurado está impossibilitado de exercer suas atividades habituais por mais de 15 dias consecutivos.

Como o INSS Avalia a Incapacidade Temporária?

O INSS realiza uma perícia médica para avaliar:

  • A gravidade da fratura no crânio e suas complicações.
  • O impacto da lesão na capacidade de desempenhar as atividades laborais habituais. 
  • O tempo estimado de recuperação e necessidade de afastamento. 

Se a perícia concluir que o segurado está temporariamente incapacitado, o auxílio-doença será concedido pelo período necessário.

Qual valor do Auxílio-Doença após a Reforma da Previdência

Após a Reforma da Previdência, o cálculo do auxílio-doença passou a ser o seguinte: 

  • Média aritmética simples de 100% de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
  • O valor do auxílio-doença corresponde a 91% do Salário de Benefício.
  • O valor do benefício não pode ser superior à média dos 12 últimos salários de contribuição.

Para visualizar melhor, vamos pensar em um exemplo.

Imagine que Lucas sofreu uma fratura no crânio e precisa solicitar o auxílio-doença. Seus dados são: A média de todos os salários de contribuição: R$ 4.000,00, sendo que a média dos 12 últimos salários de contribuição: R$ 3.800,00.

Veja o cálculo:

  • Salário de Benefício (SB): R$ 4.000,00
  • Valor do Benefício (91% do SB): 91% x R$ 4.000,00 = R$ 3.640,00
  • Comparação com a média dos últimos 12 salários: Como R$ 3.640,00 é menor que R$ 3.800,00, Lucas receberá R$ 3.640,00 de auxílio-doença.

Fratura no Crânio Pode Levar à Aposentadoria por Invalidez?

A Aposentadoria por Invalidez, agora denominada Aposentadoria por Incapacidade Permanente, é um benefício concedido ao segurado que, devido a doença ou acidente, encontra-se total e permanentemente incapacitado para exercer qualquer atividade profissional e não pode ser reabilitado em outra função.

Fratura no Crânio

Veja as condições para a Concessão da Aposentadoria por Invalidez:

  1. Qualidade de Segurado: O segurado deve estar contribuindo para o INSS ou dentro do período de graça.
  2. Carência Mínima: Ter realizado, no mínimo, 12 contribuições mensais ao INSS. Porém, em casos de acidente de qualquer natureza ou doença profissional, essa carência é dispensada.
  3. Incapacidade Total e Permanente Comprovada: A incapacidade deve ser comprovada por meio de perícia médica do INSS, indicando que o segurado não tem condições de exercer nenhuma atividade laboral e não pode ser reabilitado para outra profissão.

Avaliação da Incapacidade Permanente pelo INSS, através de perícia médica, o médico avaliará o seguinte:

  • A extensão e gravidade das sequelas decorrentes da fratura no crânio.
  • Se a lesão causou danos neurológicos, motores ou cognitivos permanentes.
  • A possibilidade de reabilitação profissional para outra atividade compatível.

Se constatada a incapacidade total e permanente, a aposentadoria por invalidez será concedida.

Qual o Valor da Aposentadoria por Invalidez?

Após a Reforma da Previdência, o cálculo é feito da seguinte forma:

  • Média aritmética simples de 100% de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
  • 60% do Salário de Benefício, acrescido de 2% para cada ano de contribuição que exceder 15 anos para mulheres ou 20 anos para homens.

Se a incapacidade for decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional, o benefício será de 100% do Salário de Benefício, não havendo redução.

Exemplo Prático de Cálculo:

Vamos considerar o caso de Ana, que sofreu uma fratura no crânio em um acidente de trânsito. 

Seus dados são:

  • Tempo de contribuição: 25 anos
  • Média dos salários de contribuição: R$ 5.000,00

Veja o cálculo:

  • Anos que excedem o tempo mínimo (20 anos para homens, 15 anos para mulheres):
  • Ana é mulher, então: 25 anos – 15 anos = 10 anos excedentes.
  • Percentual adicional: 2% x 10 anos = 20%
  • Percentual total do benefício: 60% + 20% = 80%
  • Valor da aposentadoria: 80% x R$ 5.000,00 = R$ 4.000,00

Se a incapacidade de Ana for decorrente de um acidente de trabalho ou doença profissional, ela terá direito a 100% do Salário de Benefício, ou seja, R$ 5.000,00.

Fratura no Crânio Pode Ser Considerada uma Doença Ocupacional?

A fratura no crânio pode ser considerada uma doença ocupacional se for decorrente de acidentes de trabalho ou condições adversas do ambiente profissional, como quedas de altura, acidentes de trânsito durante o trabalho, ou impactos com objetos pesados. 

Para ser reconhecida como doença ocupacional, é fundamental comprovar a relação entre o acidente e o ambiente de trabalho, seja por meio de documentos como a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) ou registros de segurança do trabalho.

Veja os benefícios Possíveis por Acidente de Trabalho:

  1. Auxílio-Doença Acidentário
  • Concedido quando o acidente de trabalho resulta em incapacidade temporária para o exercício das funções habituais. Diferente do auxílio-doença comum, o auxílio-doença acidentário não requer carência mínima.
  1. Auxílio-Acidente
  • Quando a fratura gera sequelas que reduzem a capacidade de trabalho, mesmo que parcialmente, o segurado pode receber o auxílio-acidente como uma compensação financeira adicional ao salário. O benefício é concedido quando o trabalhador retorna ao trabalho, mas com limitações funcionais.
  1. Aposentadoria por Invalidez Acidentária
  • Se a fratura no crânio resultar em incapacidade permanente, que impeça definitivamente o trabalhador de exercer suas atividades ou ser reabilitado para outras funções, o segurado poderá solicitar a aposentadoria por invalidez acidentária. Neste caso, o valor do benefício é de 100% da média salarial, sem redução.

Documentos Necessários para Provar a Incapacidade por Fratura no Crânio

Para comprovar a incapacidade por fratura no crânio, é essencial reunir os seguintes documentos:

  1. Laudo médico detalhado que confirme a fratura no crânio, descrevendo o grau da lesão, a incapacidade resultante, e as complicações decorrentes.
  2. Exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, que atestem a fratura.

Documentos adicionais:

  • Relatórios de acompanhamento médico que descrevam a evolução do quadro clínico e a previsão de recuperação.
  • Relatório de fisioterapia ou outros tratamentos realizados, caso aplicável.
  • CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), se a fratura estiver relacionada a um acidente laboral.

E Se Eu Nunca Contribuí? Tenho Direito ao BPC/LOAS por Fratura no Crânio?

Se a fratura no crânio deixou a pessoa incapacitada e ela nunca contribuiu para o INSS, ainda é possível receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS). 

O BPC/LOAS é um benefício assistencial, garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), e não exige contribuição prévia ao INSS, é um benefício para pessoas de baixa renda.

Fratura no Crânio

Veja os requisitos:

  1. Renda familiar: A renda por pessoa no grupo familiar deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.
  2. Incapacidade ou Deficiência: A fratura no crânio deve resultar em um impedimento de longo prazo (mínimo de dois anos) para o exercício de atividades cotidianas e para a participação plena na sociedade. Isso significa que a lesão deve causar sérias limitações à pessoa.

Conclusão

A fratura no crânio pode gerar importantes direitos previdenciários, como o auxílio-doença, o auxílio-acidente, e até a aposentadoria por invalidez, especialmente em casos de incapacidade permanente. 

Além disso, é possível solicitar o BPC/LOAS se a pessoa nunca tiver contribuído para o INSS. 

Consultar um advogado especializado é fundamental para garantir que todos os direitos sejam respeitados e que o processo junto ao INSS seja o mais eficiente possível.

Um advogado pode:

  • Maximiza as chances de aprovação do benefício, apresentando a documentação correta e garantindo que o pedido seja feito de forma adequada.
  • Evita erros comuns, como a falta de documentos essenciais ou a apresentação de informações incompletas, que podem gerar o indeferimento do benefício.
  • Orienta sobre recursos e revisões, caso o benefício seja negado ou o valor concedido seja menor do que o esperado.

Vamos ficando por aqui.

Até o próximo artigo!

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