Cardiopatia Isquêmica Crônica: Aposenta por Invalidez? (CID I25)

Aposentadoria por Invalidez da CID I25: Cardiopatia Isquêmica Crônica

A Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25) é uma condição séria que afeta o fluxo sanguíneo ao coração devido ao estreitamento ou bloqueio das artérias. 

A doença pode impactar fortemente a capacidade de trabalho e a qualidade de vida, sendo responsável por sintomas como dor no peito, falta de ar e, em casos graves, insuficiência cardíaca. 

Neste artigo, discutiremos como essa doença pode garantir o direito aos seguintes benefícios:

Sumário

O Que é Cardiopatia Isquêmica Crônica?

A Cardiopatia Isquêmica Crônica é caracterizada pela redução prolongada do fluxo de sangue para o coração, geralmente causada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias. 

Esse bloqueio pode resultar em:

Cardiopatia Isquêmica Crônica
  • Angina (dor no peito)
  • Infartos
  • Arritmias. 

As principais causas incluem a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, colesterol elevado e sedentarismo. 

Se não tratada, a condição pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca e danos permanentes ao coração.

CID I25 Pode Ser Considerada uma Cardiopatia Grave?

De acordo com a legislação brasileira se a Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25) for considerada grave, isso pode gerar importantes benefícios:

Isenção de Imposto de Renda: Para aposentados com cardiopatia grave, com base na Lei nº 7.713/88, art. 6º, XIV.

  • Isenção de Imposto de Renda: Para aposentados com cardiopatia grave, com base na Lei nº 7.713/88, art. 6º, XIV.
  • Isenção da carência de 12 meses para aposentadoria por invalidez e auxílio-doença.
  • Possibilidade de Aposentadoria por Invalidez, se a condição for incapacitante e permanente.

A CID I25 pode ser enquadrada como cardiopatia grave quando a doença compromete severamente a função cardíaca, impossibilitando o indivíduo de trabalhar ou realizar atividades básicas do dia a dia. 

Casos avançados de insuficiência cardíaca, infartos recorrentes ou necessidade de assistência contínua podem justificar essa classificação.

CID I25: Aposentadoria por Invalidez em Casos de Cardiopatia Isquêmica Crônica

Para solicitar a Aposentadoria por Invalidez em casos de Cardiopatia Isquêmica Crônica, o segurado deve comprovar a incapacidade total e permanente para o trabalho, sem possibilidade de reabilitação em outra função. 

O INSS avaliará a gravidade da condição, analisando laudos médicos detalhados e exames que comprovem a extensão da doença. 

Documentos como relatórios cardiológicos, ecocardiogramas, exames de esforço e holter podem ser solicitados para complementar o pedido de benefício.

Cardiopatia Isquêmica Crônica

Além da comprovação da incapacidade total e permanente, é necessário:

  • Qualidade de segurado: O trabalhador deve estar contribuindo para o INSS ou no período de graça.
  • Carência mínima: Geralmente, 12 meses de contribuições, exceto em casos de doenças graves, onde há isenção.

Qual o valor da Aposentadoria por Invalidez?

O valor da Aposentadoria por Invalidez, após a Reforma da Previdência, é calculado da seguinte forma:

  • 60% da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
  • Acréscimo de 2% por ano que exceder 15 anos de contribuição (mulheres) ou 20 anos (homens).

Veja um exemplo prático com o valor da Aposentadoria por Invalidez pela CID I25:

Maria contribuiu por 25 anos e teve uma média salarial de R$ 3.000,00. O cálculo seria:

  • Base inicial (60%): 60% de R$ 3.000 = R$ 1.800,00.
  • Acréscimo (20%): Como Maria contribuiu 10 anos além dos 15 exigidos para mulheres, há um acréscimo de 20% (10 anos x 2%), somando mais R$ 600,00.
  • Valor total da aposentadoria: R$ 1.800,00 + R$ 600,00 = R$ 2.400,00.

Adicional de 25% na Aposentadoria por Invalidez em Casos de Cardiopatia Isquêmica Crônica

O adicional de 25% é concedido aos aposentados por invalidez que precisam de assistência permanente para atividades diárias, como alimentação, banho ou locomoção. 

A CID I25 pode dar direito ao adicional se a cardiopatia isquêmica crônica causar complicações graves que deixem o segurado dependente de terceiros.

Por exemplo, uma insuficiência cardíaca avançada, que compromete significativamente a autonomia e qualidade de vida do paciente.

Que fique claro, o adicional de 25% é somente na aposentadoria por invalidez, ok?

Isenção de Imposto de Renda para Aposentados com Cardiopatia Isquêmica Crônica

A Lei 7.713/88 concede isenção de Imposto de Renda para aposentados portadores de doenças graves, como cardiopatia grave. 

Para o CID I25, é necessário que a condição seja reconhecida como cardiopatia grave para que a isenção seja aplicada. 

Isso inclui situações em que o segurado tenha sequelas graves decorrentes da doença, comprometendo a qualidade de vida e sua capacidade de trabalho.

Mas, um laudo médico descrito ”cardiopatia grave” pode ser suficiente para conseguir a isenção de imposto de renda.

E essa isenção acontece somente em cima dos valores recebidos a título de aposentadoria.

Auxílio-Doença em Casos de Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25)

O Auxílio-Doença é concedido para segurados temporariamente incapazes de trabalhar por causa da cardiopatia isquêmica crônica. 

Cardiopatia Isquêmica Crônica

Para a concessão, é necessário cumprir três requisitos: 

  • incapacidade temporária comprovada por laudo médico 
  • Qualidade de segurado;
  • Carência (normalmente de 12 meses, a não ser que haja isenção).

Lembre-se, caso a CID i25 seja considerada uma cardiopatia grave, pode acontecer a isenção da carência, ok?

Como é calculado o auxílio-doença?

O cálculo do Auxílio-Doença, após a Reforma da Previdência, é realizado da seguinte forma:

  • Média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994, sem a exclusão dos 20% menores salários.
  • Sobre essa média, aplica-se o percentual de 91%.
  • O valor final do auxílio-doença é limitado pela média dos últimos 12 salários de contribuição do segurado. Caso o valor calculado seja maior que essa média, o benefício será ajustado para a média dos últimos 12 salários.

Veja um exemplo de como é o cálculo do Auxílio-Doença:

João, diagnosticado com Cardiopatia Isquêmica Crônica, tem uma média de R$ 6.000,00 de todos os seus salários de contribuição desde julho de 1994. 

A regra pós-Reforma da Previdência estabelece que o cálculo seja feito com 91% dessa média:

  • R$ 6.000,00 x 91% = R$ 5.460,00.

Entretanto, a média dos últimos 12 salários de João foi de R$ 4.500,00. Como o Auxílio-Doença é limitado por essa média, o valor final do benefício será:

  • R$ 4.500,00, independentemente da média histórica maior.

CID I25 Pode Pedir o BPC/LOAS?

O BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada) é um benefício assistencial pago a dois grupos de pessoas:

  • Idosos com mais de 65 anos;
  • Pessoas com deficiência (PcD) de qualquer idade que possuam impedimentos de longo prazo, dificultando a participação social e a atividade laboral.

Os requisitos para conseguir o BPC/LOAS são:

  • Deficiência ou Incapacidade: O beneficiário deve apresentar uma deficiência ou incapacidade de longo prazo que limite sua funcionalidade.
  • Renda familiar: A renda per capita da família deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo.

A Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25) pode ser enquadrada como uma deficiência, caso as complicações da doença provoquem impedimento prolongado que afete gravemente a capacidade de viver com autonomia ou trabalhar. 

Caso as sequelas resultem em limitações severas, como insuficiência cardíaca crônica, o segurado pode se qualificar para o benefício, desde que atenda aos requisitos de renda e incapacidade mencionados.

Documentos Necessários para Comprovar a Incapacidade por Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25)

Para garantir a aprovação de benefícios do INSS, é fundamental apresentar uma documentação robusta que demonstre a incapacidade causada pela Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25). 

Cardiopatia Isquêmica Crônica

Aqui estão os principais documentos que podem servir a tornar o seu pedido mais forte de conseguir o benefício junto ao INSS:

  • Laudos médicos detalhados: Deve incluir o diagnóstico de CID I25, o histórico médico, tratamento, e o estágio da doença.
  • Relatórios de acompanhamento: Fornecidos por cardiologistas e outros especialistas, descrevendo a evolução da doença, limitações funcionais e incapacidade laboral.
  • Exames de imagem e laboratoriais: Como ecocardiogramas, eletrocardiogramas, ressonâncias magnéticas e exames de sangue que comprovem o comprometimento cardiovascular.
  • Relatórios de internação hospitalar: Documentos que detalhem internações relacionadas à doença, como cirurgias cardíacas ou tratamento de infartos, servindo como evidência da gravidade da condição.
  • Relatórios funcionais: Emitidos por fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais que avaliem as limitações físicas causadas pela doença, como incapacidade de realizar tarefas diárias ou limitações de esforço.
  • Relatório de incapacidade ocupacional: Realizado por médicos do trabalho, descrevendo a impossibilidade de continuar na função profissional atual.
  • Comprovação de renda familiar: Se o benefício solicitado for o BPC/LOAS, será necessário apresentar documentos que comprovem a renda familiar e sua adequação aos critérios do INSS.

Conclusão

A Cardiopatia Isquêmica Crônica (CID I25) pode gerar benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, ou até BPC/LOAS, caso a doença seja incapacitante. 

Buscar apoio de um advogado especialista pode ajudar a assegurar seus direitos e garantir uma decisão justa e favorável junto ao INSS.

Um advogado previdenciário pode fazer toda a diferença para garantir que seus direitos sejam respeitados junto ao INSS. 

Ele pode orientar a:

  • Escolha do benefício mais adequado
  • Reunir os documentos corretos
  • Recorrer em caso de negativa de benefício
  • Evitar erros comuns durante o processo.

Vamos ficando por aqui e até o próximo artigo!

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