Como complementar contribuição abaixo do salário mínimo (Guia 2025)

Como complementar contribuição abaixo do salário mínimo (Guia 2025)

Como complementar contribuição abaixo do salário mínimo é uma dúvida comum entre segurados que, ao consultar o extrato do INSS (CNIS), se deparam com meses aparentemente “perdidos”. 

Mas será que esses períodos realmente foram descartados? E mais importante: dá tempo de corrigir?

Após a Reforma da Previdência de 2019, pagar menos que o salário mínimo ao INSS pode fazer com que esse mês não seja contado como tempo de contribuição, nem como carência. 

Em alguns casos, o trabalhador perde até a qualidade de segurado, o que pode impedir o acesso à aposentadoria ou a benefícios por incapacidade.

A boa notícia? 

Em muitos casos, é possível salvar esse tempo de contribuição, sem precisar refazer tudo. 

Mas é preciso agir com atenção: nem todo mundo pode complementar, e pagar a diferença sem orientação jurídica pode ser um desperdício de dinheiro.

Neste guia completo e atualizado para 2025, você vai descobrir como identificar os meses abaixo do mínimo, entender por que isso prejudica sua aposentadoria e aprender o passo a passo para regularizar.

Sempre com a recomendação essencial: só faça a complementação após uma análise cuidadosa com um advogado previdenciário.

Vamos lá?

Sumário

O que significa ter contribuição abaixo do salário mínimo

Contribuição abaixo do salário mínimo ocorre quando o valor pago ao INSS em determinado mês não atinge o piso nacional vigente naquele período. 

Em 2025, por exemplo, o salário mínimo está em R$ 1.518,00

Se você contribuiu sobre R$ 1.300,00, esse valor é insuficiente, e o INSS pode simplesmente desconsiderar esse mês no cálculo da sua aposentadoria.

No seu extrato do INSS (CNIS), esse problema geralmente aparece por meio de indicadores automáticos. Os principais são:

  • PREC-MENOR-MIN: indica que o valor da contribuição está abaixo do salário mínimo.
  • PSC-MEN-SM-EC103: indica que, após a Reforma da Previdência (EC 103/2019), o salário de contribuição está abaixo do mínimo legal.

Esses alertas sinalizam que aquele mês pode não ser considerado como tempo de contribuição, carência ou para manter a qualidade de segurado.

Como descobrir se você tem contribuições abaixo do mínimo no CNIS

A primeira coisa que você precisa fazer é acessar o seu extrato previdenciário (CNIS), disponível no site ou aplicativo do Meu INSS.

  1. Acesse: meu.inss.gov.br
  2. Faça login com seu CPF e senha (ou crie uma conta gov.br)
  3. No menu, clique em “Extrato de Contribuição (CNIS)”
  4. Verifique, mês a mês, o valor de contribuição registrado ou busque a existência de indicadores, como: PREC-MENOR-MIN ou PSC-MEN-SM-EC103

Veja um passo a passo te ensinando a acessar o CNIS sem sair de casa:

Portanto, as dicas são:

  • Compare os valores de cada mês com o salário mínimo vigente à época.
  • Veja se há algum dos indicadores mencionados (PREC-MENOR-MIN ou PSC-MEN-SM-EC103).
  • Mesmo sem indicador, se o valor for inferior ao salário mínimo, esse mês pode ser inválido para o INSS.

Por exemplo, se em julho de 2023 o salário mínimo era R$ 1.320,00 e sua contribuição foi sobre R$ 1.100,00.

Esse mês provavelmente não será computado automaticamente no cálculo da sua aposentadoria.

Por que isso prejudica sua aposentadoria e outros benefícios

O principal prejuízo de ter contribuições abaixo do salário mínimo é que esses meses podem não contar para absolutamente nada, nem como tempo de contribuição, nem como carência, e nem para manter sua condição de segurado.

Veja os 3 principais impactos diretos:

  • Tempo de contribuição: você pode ter 20 anos pagos, mas o INSS reconhecer apenas 17.
  • Carência: pode faltar um mês para o benefício, mas o INSS negar por não contar os “meses abaixo do mínimo”.
  • Qualidade de segurado: perder essa condição significa ficar sem cobertura para auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e até pensão por morte para os dependentes.

O que diz a lei?

A Emenda Constitucional nº 103/2019, que entrou em vigor em 13 de novembro de 2019, passou a exigir que todo salário de contribuição seja igual ou superior ao salário mínimo para ter validade previdenciária.

Essa nova regra afetou principalmente os empregados, avulsos e domésticos, categorias que, até então, tinham garantido o reconhecimento do tempo mesmo com valores menores.

Desde então, o valor da contribuição passou a ser critério eliminatório: menos que o mínimo, o INSS ignora o mês.

Vale a pena complementar contribuição abaixo do mínimo?

Se você identificou no seu CNIS que existem contribuições abaixo do salário mínimo, é possível regularizar a situação por meio da complementação do valor, mas isso deve ser feito com atenção redobrada.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro:

Nem todo mês abaixo do mínimo precisa (ou deve) ser complementado.

Pode parecer simples: basta pagar a diferença. 

Mas na prática, cada caso exige uma análise estratégica

Às vezes, o mês não faz falta. Por isso:

Jamais realize a complementação sem antes consultar um advogado previdenciário especializado. Você pode estar gastando dinheiro à toa.

Como complementar contribuição abaixo do mínimo

Se você é empregado ou trabalhador avulso, e teve salários de contribuição registrados abaixo do mínimo após 13/11/2019, a complementação deve ser feita diretamente no portal Meu INSS.

Usando o serviço criado especialmente para isso após a Reforma da Previdência.

Veja o passo passo para fazer o ajuste das contribuições:

  1. Acesse o portal do Meu INSS: meu.inss.gov.br ou aplicativo oficial
  2. Clique em “Novo Pedido”
  3. No campo de busca, digite: “Ajustes para Alcance do Salário Mínimo – Emenda Constitucional 103/2019”
  4. Selecione esse serviço e avance
  5. Preencha seus dados conforme solicitado
    Escolha os meses que deseja complementar, referentes a contribuições abaixo do mínimo
  6. O sistema irá gerar automaticamente as guias DARF para pagamento da diferença

Assim que você quitar as guias, após um curto prazo, o valor será incorporado automaticamente ao seu CNIS.

E os meses regularizados passam a contar normalmente como tempo de contribuição, carência e para manutenção da qualidade de segurado.

Mas aqui vai uma dica fundamental:

Mesmo com a facilidade do sistema, você só deve complementar os meses após avaliação de um advogado previdenciário.

Um simples erro aqui pode fazer você pagar por um mês que não é necessário, ou pior, que será descartado no cálculo da aposentadoria.

Ademais, esse processo não deve ser feito via DARF comum ou SicalcWeb, pois o próprio INSS é quem gera as guias corretas, com os valores e competências ajustadas.

Conclusão

Ter contribuições abaixo do salário mínimo não significa, necessariamente, perda total desse tempo. 

Mas ignorar o problema, ou tentar resolvê-lo por conta própria, pode sim gerar prejuízos sérios na sua aposentadoria ou nos seus direitos previdenciários.

Como vimos, é possível complementar os valores e recuperar os meses descartados, desde que essa ação seja feita de forma correta, estratégica e amparada pela lei

E mais importante: nem sempre a complementação é necessária ou vantajosa.

Por isso, o melhor caminho é sempre consultar um advogado previdenciário de confiança, que possa analisar:

  • Se os meses abaixo do mínimo realmente prejudicam seu benefício;
  • Se vale a pena complementar;
  • Qual o valor exato a ser pago;
  • E quais alternativas podem ser mais eficientes no seu caso.

Você pode estar a poucos meses da sua aposentadoria ou de um benefício, mas deixar passar esses detalhes pode significar perder tempo, dinheiro e até direitos.

Até o próximo artigo!

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