Você ou alguém da sua família tem uma doença grave, deficiência ou condição que limita o dia a dia, mas nunca contribuiu para o INSS?
Já ouviu falar que pode ter direito ao BPC/LOAS, mas não sabe exatamente quem se encaixa, o que comprovar ou como o tipo de doença interfere?
A verdade é que milhares de pessoas deixam de solicitar esse benefício simplesmente por não saberem que têm direito.
Outras, até entram com o pedido, mas são negadas por falta de um laudo completo ou por não entenderem como a legislação funciona de verdade.
Este artigo foi criado para ser o guia mais completo da internet sobre as doenças que podem garantir o BPC/LOAS.
Aqui você vai ficar por dentro do seguinte:
- Quem pode pedir esse benefício;
- Como a deficiência é avaliada;
- E uma lista dividida por categoria, com centenas de doenças que já garantiram o BPC, tanto na via administrativa quanto na Justiça.
Se você quer saber se a sua condição de saúde se enquadra ou conhece alguém que poderia estar recebendo esse apoio do governo, este conteúdo é pra você.
Vamos lá?
Sumário
- O que é o BPC/LOAS?
- Deficiência não é só doença
- Lista Completa de Doenças que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Neurológicas e Degenerativas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Psiquiátricas e Cognitivas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Ortopédicas e Musculoesqueléticas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Reumatológicas e Autoimunes que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Cardiorrespiratórias e Metabólicas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Visuais, Auditivas e Sensorial-Múltiplas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Gastrointestinais e Autoimunes que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Condições Congênitas, Genéticas e do Desenvolvimento que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Doenças Infecciosas e Sequelas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
- Outras Situações que Podem Garantir o BPC/LOAS
- Minha Doença Não Está na Lista. E Agora?
- Documentos Necessários para Dar Entrada no BPC/LOAS por Doença
- BPC/LOAS foi negado? E agora?
O que é o BPC/LOAS?
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Ele garante o pagamento de um salário mínimo mensal a duas categorias de pessoas que não têm condições de prover o próprio sustento:
- Idosos com 65 anos ou mais em situação de vulnerabilidade;
- Pessoas com deficiência — de qualquer idade — que tenham impedimento de longo prazo e vivam em situação de baixa renda.
Não é necessário ter contribuído ao INSS para ter direito. O BPC é um benefício assistencial, não previdenciário
Quem tem direito ao BPC/LOAS por Deficiência ou Doença?
Para que o benefício seja concedido, dois critérios precisam estar presentes ao mesmo tempo:
- Critério da deficiência: a pessoa deve ter impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que a impeça de participar plenamente da sociedade em igualdade de condições com os demais.
- Critério socioeconômico: a renda familiar por pessoa (per capita) deve ser de até 1/4 do salário mínimo, conforme regra geral do INSS.
Importante: o simples fato de ter uma doença não garante o benefício. O que o INSS (e a Justiça) analisa é o impacto funcional dessa condição na vida da pessoa.
Por que o tipo de doença não é o único fator (e o que realmente importa)
Muita gente acredita que o benefício é concedido apenas se a doença estiver numa lista oficial do INSS.
Mas esse é um dos maiores mitos sobre o BPC.
Não existe uma “lista fechada” de doenças que garantem o BPC.
O que a legislação exige é que a condição de saúde cause limitações reais e duradouras, que impeçam a pessoa de:
- Trabalhar normalmente;
- Estudar normalmente;
- Cuidar de si mesma;
- Ou interagir socialmente como os demais.
Por isso, o laudo médico, os relatórios escolares, os pareceres de assistência social e as provas do cotidiano da pessoa são muito mais importantes que o nome da doença em si.
Quem Pode Solicitar o BPC por Deficiência
Muita gente acredita que só doenças raras ou deficiências severas dão direito ao BPC.
Mas a verdade é que qualquer pessoa com impedimento de longo prazo, que afete sua autonomia ou capacidade de interação social, pode ter direito, independentemente da idade.
Por isso Crianças, adultos e idosos com impedimento de longo prazo podem pedir o BPC/LOAS.
O BPC é garantido para pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que preencham dois critérios:
- Estejam em situação de baixa renda (renda per capita familiar de até 1/4 do salário mínimo, ou comprovadamente insuficiente);
- E tenham um impedimento de longo prazo (físico, mental, intelectual ou sensorial) que as impeça de participar da sociedade em igualdade com os demais.
Isso vale para:
- Crianças com autismo, paralisia cerebral, síndromes genéticas, deficiência intelectual, entre outras;
- Adolescentes e adultos com transtornos psiquiátricos, doenças neurológicas, ortopédicas, reumatológicas ou sequelas;
Deficiência não é só doença
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) ampliou o conceito de deficiência.
Segundo ela, deficiência é:
- “Um impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir a participação plena e efetiva da pessoa na sociedade em igualdade de condições com as demais.”
Ou seja, a deficiência não está apenas no corpo ou no cérebro, ela também está nas barreiras sociais, estruturais e econômicas que limitam a autonomia da pessoa.
É por isso que mesmo doenças que parecem “comuns” ou “não graves” podem gerar direito ao BPC, desde que causem impacto funcional relevante.
O que o INSS analisa na perícia social e médica
O processo de análise do BPC é feito por dois profissionais:
- Um perito médico, que avalia os laudos, exames, CID, evolução clínica e quadro atual;
- Um assistente social, que avalia as condições de vida, barreiras enfrentadas, nível de dependência, moradia, recursos, educação e rede de apoio.
Esses dois pareceres são cruzados para concluir se há, de fato, uma deficiência que gera impedimento de longo prazo e vulnerabilidade social.
Durante a análise, o INSS (ou o juiz) quer saber:
- A pessoa consegue se locomover sozinha?
- Depende de terceiros para atividades básicas?
- Está matriculada na escola ou conseguiu se alfabetizar?
- Já trabalhou? Teria condições de trabalhar?
- Precisa de fraldas, medicamentos, cadeira de rodas, cuidadores?
- Tem dificuldade de comunicação, memória ou aprendizado?
Essas respostas, quando bem fundamentadas, valem mais que o CID.
Lista Completa de Doenças que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Existem algumas doenças que podem dar direito ao BPC/LOAS e isso pode ser um norte caso você tenha o diagnóstico de alguma delas.
Mas importante, mesmo que a sua condição não esteja aqui, isso não quer dizer que você não tem direito ao BPC/LOAS.
Veja a lista dividida em categorias:
Doenças Neurológicas e Degenerativas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Doenças neurológicas afetam diretamente o cérebro, a medula espinhal ou os nervos periféricos, podendo causar déficits motores, sensoriais, cognitivos e de comunicação.
Quando causam limitação funcional severa e de longo prazo, essas condições podem justificar a concessão do BPC, especialmente com laudos atualizados e detalhados.
Veja as principais:
- Esclerose Múltipla (CID G35): Condição autoimune que afeta o sistema nervoso central, com surtos imprevisíveis. Quadros com fadiga intensa, fraqueza muscular ou visão dupla frequentemente garantem o BPC.
Doença de Parkinson (CID G20): Doença degenerativa progressiva que compromete movimentos e equilíbrio. Nos estágios mais avançados, pode impedir o trabalho e a autonomia. - AVC com sequelas (CID I64, I69): Acidente Vascular Cerebral que deixa limitações motoras, cognitivas ou de fala. Pode justificar o BPC quando causa dependência parcial ou total nas atividades do dia a dia.
- Distrofias Musculares (CID G71): Doenças genéticas que causam fraqueza muscular progressiva. Algumas formas (como Duchenne) geram limitação funcional grave desde a infância.
- Paralisia Cerebral (CID G80): Distúrbio neurológico permanente que afeta movimento e postura. Casos com necessidade de suporte para mobilidade e cuidados diários podem ser reconhecidos pelo BPC.
- Alzheimer precoce (CID G30): Quando ocorre antes dos 65 anos, compromete memória, orientação e funções cognitivas. Pode justificar o BPC se gerar perda de autonomia significativa.
- Miastenia Gravis (CID G70.0): Doença autoimune que causa fraqueza muscular intensa. Casos moderados a graves, com crises frequentes ou instabilidade clínica, costumam ser reconhecidos.
- Paraparesia Espástica (CID G82.1): Fraqueza e rigidez nas pernas que dificultam a locomoção. Mesmo com uso de bengalas ou andadores, pode justificar o benefício.
- Epilepsias graves e refratárias (CID G40.2, G40.4): Crises frequentes, incontroláveis e com risco de queda ou convulsões. Exigem supervisão constante e uso contínuo de medicação.
- Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA (CID G12.2): Degeneração dos neurônios motores, progressiva e incapacitante.
- Hidrocefalia (CID G91): Acúmulo de líquido no cérebro, que pode gerar atraso no desenvolvimento ou déficit cognitivo.
- Ataxias hereditárias e adquiridas (CID G11): Comprometem o equilíbrio, coordenação e fala. Muitas evoluem rapidamente.
- Síndrome de Guillain-Barré (CID G61.0): Fraqueza muscular rápida, com risco de paralisia. Mesmo após recuperação, podem restar sequelas.
- Encefalopatia crônica não progressiva (CID G93.4): Comprometimento neurológico irreversível, com reflexos motores e cognitivos.
- Mielite Transversa (CID G37.3): Inflamação na medula espinhal que pode causar paralisia parcial ou total.
- Lesão medular traumática (CID S14, S24): Pode deixar sequelas permanentes, como paraplegia ou tetraplegia.
- Neuropatias periféricas graves (CID G62): Dor, formigamento, fraqueza nos membros, afetando equilíbrio e força.
- Doenças desmielinizantes diversas (CID G37): Prejudicam a transmissão de impulsos nervosos, levando à perda de função.
- Síndrome de West (CID G40.4): Tipo grave de epilepsia infantil com espasmos frequentes e atraso no desenvolvimento.
- Malformações congênitas do SNC (CID Q00–Q07): Alterações no cérebro ou medula que limitam funções motoras e cognitivas.
- Transtornos degenerativos da substância branca (CID G37.8): Afetam a condução nervosa, com comprometimento neurológico progressivo.
- Tumores cerebrais com sequelas (CID C71): Quando deixam déficits motores, de fala ou cognitivos, mesmo após tratamento.
- Sequelas pós-meningite (CID A87 / G93): Casos que resultam em déficit cognitivo, convulsões ou distúrbios motores.
- Paralisia facial periférica recorrente (CID G51.0): Quando frequente ou associada a outras síndromes neurológicas.
- Anoxia neonatal com sequelas (CID P21 / G93): Falta de oxigênio no parto com danos permanentes no cérebro.
- Distonia grave (CID G24): Contrações musculares involuntárias que afetam mobilidade e fala.
Doenças Psiquiátricas e Cognitivas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Transtornos mentais e cognitivos podem comprometer significativamente a autonomia da pessoa para estudar, trabalhar, se comunicar, conviver socialmente e até realizar atividades simples do dia a dia.
Por isso, quando geram impedimento de longo prazo, especialmente com laudos multiprofissionais, são amplamente reconhecidos em processos de BPC, tanto no INSS quanto na Justiça.
Veja:
- Transtorno do Espectro Autista – TEA (CID F84.0, F84.1, F84.5): Independentemente do nível (1, 2 ou 3), o autismo pode causar limitações na comunicação, interação social, comportamento e autonomia. Laudos atualizados, com avaliação funcional e parecer pedagógico, são fundamentais.
- Esquizofrenia (CID F20): Transtorno psicótico crônico, com delírios, alucinações, reclusão social e incapacidade de manter rotina. Altamente reconhecido para o BPC, sobretudo nos casos refratários.
- Transtorno Afetivo Bipolar (CID F31): Episódios graves de mania e depressão profunda, que afetam o comportamento, as relações e a funcionalidade. É comum a concessão do BPC em quadros graves, com internações ou resistência a tratamento.
- Síndrome de Rett (CID F84.2): Transtorno do neurodesenvolvimento que atinge principalmente meninas, com regressão de habilidades, convulsões, deficiência intelectual e perda de mobilidade.
- TDAH severo com comorbidades (CID F90.0 + CID secundários): Quando associado a transtornos de conduta, de aprendizado ou emocionais, pode comprometer a escolarização, o convívio e a autonomia.
- Deficiência Intelectual leve, moderada ou grave (CID F70 a F73): Redução da capacidade cognitiva e adaptativa. Mesmo casos leves podem garantir o BPC quando acompanhados de barreiras sociais e funcionais.
- Demência vascular (CID F01): Perda progressiva das funções cognitivas por lesões cerebrais de origem vascular. Compromete memória, julgamento, orientação e independência.
- Transtorno de personalidade borderline (CID F60.3): Instabilidade emocional severa, impulsividade, autolesão e relações caóticas.
- Depressão grave e recorrente (CID F33): Episódios intensos, com ideação suicida, isolamento e prejuízo funcional.
- Transtornos psicóticos agudos e transitórios (CID F23): Quando causam hospitalizações ou recaídas frequentes.
- Transtorno de ansiedade generalizada com prejuízo funcional (CID F41.1): Em estágios avançados, pode impedir qualquer atividade social ou laboral.
- Transtorno obsessivo-compulsivo – TOC severo (CID F42): Casos graves limitam a autonomia e a convivência.
- Transtorno de conduta severo em crianças/adolescentes (CID F91): Pode comprometer a escolarização, a socialização e o autocuidado.
- Transtorno de desenvolvimento da linguagem (CID F80): Quando afeta profundamente a comunicação e o aprendizado.
- Transtorno do desenvolvimento da coordenação motora (CID F82): Em casos com impacto funcional significativo.
- Transtornos globais do desenvolvimento não especificados (CID F84.9): Utilizado quando há sinais claros de prejuízo social, adaptativo e neurológico.
- Transtornos somatoformes (CID F45): Sintomas físicos recorrentes sem causa médica clara, mas com grande impacto funcional.
- Síndrome de Tourette (CID F95.2): Tiques motores e vocais graves, com prejuízo nas interações sociais e escolares.
- Transtornos cognitivos por trauma (CID F07): Pós-acidente ou agressões, com perda de funções mentais.
- Transtorno neurocognitivo leve a grave (CID F06.7): Perda de memória e funções executivas, como organização e planejamento.
- Demência frontotemporal (CID G31.0): Acomete linguagem, comportamento e tomada de decisão.
- Síndrome de Asperger (CID F84.5): Ainda que considerada dentro do TEA, merece menção por sua apresentação específica e alta incidência de pedidos de BPC.
- Transtorno do aprendizado não especificado (CID F81.9): Em conjunto com outros déficits, pode justificar o benefício.
- Afasia (CID R47.0): Dificuldade de compreensão ou fala, especialmente quando compromete o aprendizado ou a vida cotidiana.
- Síndrome pós-Covid com alterações cognitivas e comportamentais (CID U09.9 + F06.8): Já há decisões reconhecendo o impacto funcional da síndrome prolongada.
Doenças Ortopédicas e Musculoesqueléticas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Doenças ortopédicas e musculoesqueléticas afetam diretamente a locomoção, a força, a postura e a autonomia funcional da pessoa.
Quando causam dor crônica, restrição de movimento, necessidade de dispositivos auxiliares ou impedem a realização de tarefas simples, podem justificar o BPC.
Veja:
- Amputações (CID Z89): Perda parcial ou total de membros superiores ou inferiores, com impacto na mobilidade e autonomia. Mesmo com próteses, pode haver limitação para o trabalho e para atividades cotidianas.
Hérnia de Disco com radiculopatia (CID M51.1): Compressão dos nervos espinhais que causa dor intensa, formigamento, perda de força e dificuldade de locomoção. Casos com crises recorrentes e restrição funcional podem garantir o BPC. - Osteoartrite avançada (CID M15–M19): Degeneração das articulações, geralmente em joelhos, quadris ou coluna, com dor constante e limitação de movimento. Em estágios avançados, pode impedir a deambulação sem apoio.
- Espondilite anquilosante (CID M45): Doença inflamatória crônica que causa rigidez na coluna e perda progressiva da mobilidade. Em fases mais graves, afeta também o tórax e dificulta a respiração.
- Escoliose severa (CID M41): Desvio acentuado da coluna vertebral que pode causar dor, deformidade visível e restrição de atividades físicas.
- Artrose generalizada (CID M15.0): Desgaste de várias articulações ao mesmo tempo, comprometendo mobilidade, força e coordenação motora.
- Fraturas complexas com sequelas (CID S82, S52): Quando há perda de mobilidade, limitação funcional permanente ou necessidade de uso de órteses.
- Osteomielite crônica (CID M86.3): Infecção óssea grave, com dor crônica, drenagem e risco de amputação.
- Luxações recorrentes ou instáveis (CID M24.4): Provocam dor, insegurança articular e risco funcional.
- Síndrome do túnel do carpo grave (CID G56.0): Afeta mãos e punhos, comprometendo habilidades manuais finas e força de preensão.
- Lombalgia crônica incapacitante (CID M54.5): Dor persistente na região lombar que limita esforços físicos e movimentação.
- Bursite e tendinite crônicas (CID M75, M77): Inflamações repetitivas que comprometem ombros, cotovelos, joelhos ou quadris, dificultando atividades simples.
- Osteonecrose (CID M87): Morte do tecido ósseo por falta de circulação sanguínea, provocando dor e perda de função articular.
- Síndrome de dor miofascial (CID M79.1): Dor muscular crônica que dificulta o desempenho funcional e causa fadiga.
- Joelho valgo ou varo severo (CID M21.0): Alterações no alinhamento dos joelhos que prejudicam a marcha e exigem cirurgia ou apoio.
- Artrite infecciosa (CID M00): Comprometimento articular por infecção, com risco de rigidez permanente.
- Pé torto congênito com sequelas (CID Q66): Deformidade que afeta equilíbrio, marcha e postura.
- Síndrome de Ehlers-Danlos (CID Q79.6): Doença genética do colágeno que causa hipermobilidade articular e instabilidade muscular.
- Hipoplasia de membros (CID Q71–Q73): Membros encurtados ou malformados, com limitações funcionais evidentes.
- Miosite ossificante progressiva (CID M61.1): Condição rara que transforma músculos em osso, limitando drasticamente o movimento.
- Contratura de Dupuytren severa (CID M72.0): Dobra involuntária dos dedos, dificultando funções manuais.
- Pé diabético com risco de amputação (CID E10.7, E11.7 + L97): Infecções e úlceras nos pés por complicações do diabetes.
- Doenças reumatológicas com manifestação musculoesquelética (CID M05, M06): Como artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia e outras com impacto em articulações e músculos.
Doenças Reumatológicas e Autoimunes que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
As doenças reumatológicas e autoimunes afetam articulações, músculos, pele, vasos e até órgãos internos.
Muitas delas causam dor crônica, inflamações constantes, fadiga intensa e deformidades que comprometem a mobilidade, a força e a autonomia, mesmo em pessoas jovens.
Em estágios moderados ou graves, são amplamente aceitas na concessão do BPC/LOAS, desde que o laudo comprove o impedimento funcional de longo prazo, veja:
- Lúpus Eritematoso Sistêmico – LES (CID M32): Doença inflamatória autoimune que pode afetar múltiplos órgãos. Casos com fadiga crônica, dores articulares, lesões cutâneas e comprometimento neurológico ou renal têm alta chance de concessão.
- Artrite Reumatoide (CID M05): Inflamação crônica das articulações, com rigidez, dor intensa e deformidades. Limita funções manuais, marcha e atividades diárias.
- Esclerodermia sistêmica (CID M34): Doença autoimune rara que endurece pele e órgãos internos. Pode causar limitação respiratória, digestiva e articular.
- Síndrome de Sjögren (CID M35.0): Provoca secura extrema nas mucosas, fadiga, dor nas articulações e dificuldades para se alimentar, falar ou manter atividades cotidianas.
- Doença de Behçet (CID M35.2): Inflamação sistêmica com úlceras dolorosas, comprometimento ocular, neurológico e vascular. Pode causar crises incapacitantes.
- Dermatomiosite/Polimiosite (CID M33): Doenças inflamatórias musculares com fraqueza progressiva e comprometimento funcional grave.
- Vasculites sistêmicas (CID M30–M31): Inflamação dos vasos sanguíneos que pode causar dores intensas, risco de AVC, infartos e perda de função motora.
- Espondiloartrite soronegativa (CID M46): Grupo de doenças com dor lombar crônica, rigidez e limitação funcional.
- Síndrome de Felty (CID M05.0): Variante da artrite reumatoide com aumento de baço e infecções recorrentes.
- Artrite psoriásica (CID L40.5 + M07): Inflamação articular associada à psoríase. Pode gerar deformidades e limitação grave.
- Esclerose sistêmica localizada (CID M34.0): Ainda que mais restrita, pode comprometer articulações e tecidos de forma incapacitante.
- Síndrome de antifosfolípides (CID D68.6): Tromboses recorrentes que causam risco de acidente vascular e abortos espontâneos. Em casos com sequelas, pode justificar o BPC.
- Doença de Still do adulto (CID M06.1): Doença inflamatória sistêmica com febre alta, dor intensa e rigidez articular.
- Fibromialgia severa (CID M79.7): Síndrome de dor muscular generalizada, com fadiga, distúrbios do sono e dificuldade de concentração. Casos graves, com laudo funcional detalhado, já foram aceitos judicialmente.
- Artrite idiopática juvenil (CID M08): Em crianças e adolescentes, pode comprometer a mobilidade e o desenvolvimento escolar/social.
- Lúpus discóide com evolução sistêmica (CID L93): Pode causar lesões, fotosensibilidade e comprometimento funcional.
- Síndrome autoimune poliendócrina (CID E31.0): Afeta múltiplas glândulas e sistemas, podendo causar debilidade grave.
- Doença celíaca refratária (CID K90.0): Casos com desnutrição severa, má absorção e comprometimento sistêmico.
Dica: Doenças autoimunes costumam ter sintomas “invisíveis”,como fadiga, dor intensa, rigidez ou mal-estar crônico.
Por isso, o laudo médico funcional precisa descrever detalhadamente as limitações que essa condição impõe à vida da pessoa.
Doenças Cardiorrespiratórias e Metabólicas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Algumas doenças cardíacas, pulmonares e metabólicas, especialmente em estágio avançado, reduzem drasticamente a resistência física, a capacidade de locomoção e o desempenho funcional da pessoa.
Quando causam cansaço extremo, necessidade de oxigênio, limitação respiratória ou crises descompensadas frequentes, podem justificar a concessão do BPC/LOAS, mesmo em pessoas jovens.
Veja:
- Cardiomiopatia dilatada (CID I42.0): Causa fraqueza do coração e limitação para esforço físico.
- Síndrome de Eisenmenger (CID Q21.8): Doença cardíaca congênita com repercussão pulmonar, gravemente debilitante.
- Arritmias cardíacas graves (CID I49): Como taquicardias ventriculares ou bloqueios atrioventriculares que limitam atividades.
- Doença arterial coronariana avançada (CID I25): Com angina instável ou pós-infarto com comprometimento funcional.
- Asma grave persistente (CID J45.5): Em estágios descompensados, pode impedir estudo, trabalho e atividades rotineiras.
- Fibrose pulmonar (CID J84.1): Endurecimento dos tecidos pulmonares, com dificuldade de oxigenação.
- Sarcoidose pulmonar (CID D86.0): Inflamação sistêmica que compromete pulmões, pele e articulações.
- Doença pulmonar intersticial (CID J84.9): Causa falta de ar, tosse crônica e queda da capacidade física.
- Apneia do sono grave (CID G47.3): Associada a sonolência diurna, prejuízo cognitivo e riscos cardiovasculares.
- Diabetes tipo 2 com complicações (CID E11.7): Casos com amputações, retinopatia ou nefropatia com impacto na autonomia.
- Hipercolesterolemia familiar com histórico de eventos cardíacos (CID E78.0): Com crises isquêmicas e limitação funcional.
- Obesidade mórbida com complicações (CID E66.8): Associada a apneia, hipertensão severa, diabetes ou limitação ortopédica.
- Síndrome metabólica grave (CID E88.81): Quando múltiplas comorbidades geram impacto direto na autonomia.
- Hipotireoidismo severo com retardo no desenvolvimento (CID E03.1): Em crianças ou adultos com deficiência intelectual associada.
Doenças Visuais, Auditivas e Sensorial-Múltiplas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Deficiências sensoriais afetam diretamente a comunicação, a mobilidade, a autonomia e a interação social.
Mesmo quando a pessoa desenvolve adaptações, o critério para o BPC se baseia no esforço adicional, na dependência de terceiros e nas barreiras enfrentadas no dia a dia.
Por isso, deficiências sensoriais severas ou combinadas têm amplo reconhecimento para concessão do benefício.
Veja:
- Cegueira bilateral (CID H54.0): Perda total da visão nos dois olhos. Impede a leitura comum, a locomoção segura sem apoio e a realização de tarefas sem auxílio.
Visão monocular com limitação funcional (CID H54.4): Mesmo com um olho funcional, a falta de visão periférica e a profundidade prejudicam a mobilidade e a autonomia. Já reconhecida como deficiência pela Lei nº 14.126/2021. - Retinose pigmentar (CID H35.5): Doença hereditária e progressiva que leva à perda do campo visual, visão noturna e, em muitos casos, cegueira total.
- Glaucoma congênito ou avançado (CID H40.1): Em estágio severo, causa baixa visão, dor ocular, sensibilidade à luz e restrição nas atividades.
- Retinopatia da prematuridade (CID H35.1): Muito comum em recém-nascidos prematuros, pode causar deficiência visual permanente.
- Surdez profunda bilateral (CID H90.3): Perda auditiva completa nos dois ouvidos. Afeta linguagem, socialização e aprendizado — especialmente quando não há acesso a Libras ou aparelhos auditivos eficazes.
- Surdocegueira (CID H54 + H90): Comprometimento simultâneo da audição e da visão. Exige apoio intensivo e acompanhamento permanente. Requer laudo multiprofissional.
- Microftalmia e anoftalmia (CID Q11): Má-formação congênita com ausência ou diminuição severa dos olhos.
- Nistagmo com baixa acuidade visual (CID H55): Movimento involuntário dos olhos que causa instabilidade visual.
- Catarata congênita ou bilateral não operável (CID H26.0): Pode resultar em cegueira ou visão extremamente reduzida.
- Neuropatia óptica hereditária (CID H47.2): Degeneração do nervo óptico, com perda progressiva da visão.
- Coloboma ocular (CID Q13.2): Defeito na estrutura ocular que afeta a acuidade visual.
- Síndrome de Usher (CID H35.5 + H90): Condição genética rara que causa surdez progressiva e retinose pigmentar.
- Deficiência auditiva com atraso de linguagem (CID H91.8): Comum em crianças pequenas que não conseguem desenvolver fala funcional.
- Labirintite crônica com vertigem incapacitante (CID H81.1): Causa desequilíbrio constante e restrição severa de mobilidade.
- Otite média crônica com perda auditiva severa (CID H66.3): Quando há limitação auditiva persistente mesmo após tratamento.
- Surdez unilateral com dificuldades adaptativas (CID H90.5): Em casos específicos, com comprovação de barreiras severas.
- Síndrome de Alport (CID N28.8): Doença genética que combina surdez, problemas renais e oculares.
Importante: No caso de crianças, a deficiência sensorial afeta diretamente o aprendizado, o desenvolvimento da linguagem, a socialização e o comportamento.
Laudos pedagógicos, fonoaudiológicos e de terapeutas ocupacionais reforçam muito o pedido de BPC.
Doenças Gastrointestinais e Autoimunes que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Embora nem sempre visíveis, algumas doenças do sistema digestivo e autoimunes podem causar desnutrição crônica, dores abdominais intensas, má absorção de nutrientes, internações frequentes e forte limitação funcional.
Quando afetam a qualidade de vida e exigem dieta rígida, medicamentos caros ou cuidados contínuos, podem justificar a concessão do BPC.
Veja uma lista de condições:
- Doença de Crohn (CID K50): Inflamação crônica do trato gastrointestinal, com dor, diarreia intensa, perda de peso e risco de obstruções. Casos com desnutrição, estenoses e múltiplas cirurgias têm forte respaldo jurídico para o BPC.
- Retocolite Ulcerativa (CID K51): Inflamação do cólon e reto com crises recorrentes, sangramento, urgência evacuatória e cólicas severas. Em casos graves ou refratários, pode impedir vida escolar e laboral.
- Cirrose hepática descompensada (CID K74.6): Afeta a função do fígado, causa fadiga, inchaços, confusão mental e risco de hemorragias. Casos com ascite, varizes esofágicas e encefalopatia hepática são reconhecidos como incapacitantes.
- Doença celíaca com desnutrição grave (CID K90.0): Quando não tratada ou resistente, pode causar atraso no crescimento, osteoporose, anemia severa e outras complicações.
- Síndrome do intestino curto (CID K91.2): Geralmente após ressecções intestinais extensas, causa má absorção de nutrientes e necessidade de suporte alimentar especializado.
- Pancreatite crônica (CID K86.1): Dor abdominal contínua, diabetes secundário e má digestão. Casos com internações recorrentes e perda de peso relevante podem ser aceitos.
- Doença hepática autoimune (CID K75.4): Quando evolui com comprometimento funcional do fígado, fadiga intensa e necessidade de transplante.
- Gastrite eosinofílica severa (CID K29.5): Inflamação gástrica que compromete alimentação e gera sintomas debilitantes.
- Síndrome de má absorção intestinal (CID K90): Causa desnutrição, fraqueza, perda muscular e dificuldade de crescimento em crianças.
- Hérnias abdominais com compressão ou obstrução (CID K43): Quando não operáveis ou com riscos constantes de estrangulamento.
- Fístulas entéricas crônicas (CID K60): Comunicação anormal entre órgãos, com infecções e necessidade de curativos e higiene constante.
- Colangite esclerosante primária (CID K83.0): Inflamação dos ductos biliares com risco de cirrose e complicações severas.
- Síndrome de Zollinger-Ellison (CID E16.4): Produção excessiva de ácido, com úlceras múltiplas, diarreia crônica e perda de peso.
- Doença de Wilson (CID E83.0): Acúmulo tóxico de cobre no fígado e cérebro, gerando sintomas neurológicos e hepáticos.
- Gastrite atrófica com anemia perniciosa (CID K29.4 + D51.0): Prejudica a absorção de vitamina B12 e leva à fraqueza, cansaço e confusão mental.
- Ostomia permanente com complicações (CID Z93): Pacientes com colostomia ou ileostomia que enfrentam infecções, vazamentos e necessidade de cuidados intensivos.
- Hepatite crônica avançada com fibrose severa (CID B18): Mesmo sem cirrose, pode causar cansaço extremo e afastamento de atividades diárias.
Importante: Para o INSS e a Justiça, não basta o diagnóstico — é preciso mostrar como a doença impacta na nutrição, na rotina e na autonomia da pessoa.
Laudos de gastroenterologista, nutricionista e relatórios de internação fortalecem muito o pedido.
Condições Congênitas, Genéticas e do Desenvolvimento que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Crianças e adultos com síndromes genéticas, malformações ou distúrbios do desenvolvimento enfrentam barreiras permanentes na autonomia, na aprendizagem, na mobilidade ou na comunicação.
Mesmo com acompanhamento médico e terapias, esses quadros muitas vezes impedem a participação plena na sociedade, sendo plenamente enquadráveis como deficiência para fins do BPC/LOAS.
Veja uma lista de condições:
- Síndrome de Edwards – Trissomia 18 (CID Q91.0): Condição genética grave, com má-formações múltiplas, atraso severo do desenvolvimento e expectativa de vida reduzida.
- Síndrome de Turner (CID Q96): Alteração cromossômica em meninas, com baixa estatura, atraso no desenvolvimento e possíveis comprometimentos cardíacos e cognitivos.
- Hidrocefalia congênita (CID Q03): Acúmulo de líquido no cérebro que pode causar déficits motores e cognitivos. Muitas vezes exige válvula e acompanhamento por toda a vida.
- Microcefalia (CID Q02): Tamanho reduzido do crânio e cérebro, com prejuízos cognitivos, motores e de linguagem. Casos graves têm alta chance de BPC.
- Mielomeningocele – Espinha bífida aberta (CID Q05): Má-formação da medula espinhal que causa paralisia dos membros inferiores, incontinência e deformidades ortopédicas.
- Síndrome de Rett (CID F84.2): Distúrbio neurológico progressivo, principalmente em meninas, com regressão de habilidades, crises convulsivas e dependência total.
- Síndrome de Patau – Trissomia 13 (CID Q91.4): Anomalia cromossômica com severas deficiências físicas e mentais. Expectativa de vida geralmente limitada.
- Síndrome Cri du Chat (CID Q93.4): Atraso cognitivo, hipotonia muscular, dificuldades de fala e marcha.
- Agenesia de membros (CID Q71–Q73): Ausência de braços ou pernas desde o nascimento, com limitação funcional severa.
- Síndrome de Angelman (CID Q93.5): Condição neurológica com deficiência intelectual grave, convulsões e ausência de fala funcional.
- Síndrome de Williams (CID Q93.8): Déficit intelectual leve a moderado, problemas cardíacos e distúrbios de linguagem.
- Síndrome de Prader-Willi (CID Q87.1): Hipotonia, hiperfagia, obesidade precoce e retardo do desenvolvimento.
- Síndrome de Cornélia de Lange (CID Q87.1): Comprometimento cognitivo, má-formações e atraso no desenvolvimento global.
- Síndrome de Apert (CID Q87.0): Fusão de dedos (sindactilia), deformidades craniofaciais e atraso no desenvolvimento.
- Transtorno global do desenvolvimento não especificado (CID F84.9): Usado quando há atraso neuromotor, cognitivo ou de linguagem sem diagnóstico fechado.
- Síndrome de Rubinstein-Taybi (CID Q87.2): Dificuldade de aprendizado, baixa estatura e malformações nos membros.
- Síndrome de Joubert (CID Q04.8): Anomalia no tronco cerebral com ataxia, atraso motor e respiratório.
- Síndrome de Smith-Magenis (CID Q93.8): Deficiência intelectual, distúrbios do sono e comportamentos autoagressivos.
- Síndrome alcoólica fetal (CID Q86.0): Deficiências físicas e cognitivas causadas pela exposição ao álcool durante a gestação.
- Síndrome de Noonan (CID Q87.1): Malformações cardíacas, atraso do crescimento e dificuldades cognitivas leves a moderadas.
Importante: Em casos de crianças com deficiência múltipla ou genética rara, o laudo multiprofissional é essencial, reunindo avaliações de pediatra, neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e assistente social.
O diagnóstico não é suficiente — é preciso provar o impacto funcional e a necessidade de apoio contínuo.
Doenças Infecciosas e Sequelas que Podem Dar Direito ao BPC/LOAS
Algumas doenças infecciosas, mesmo após tratamento, podem deixar sequelas permanentes que limitam a mobilidade, a cognição, a imunidade ou a autonomia.
Nesses casos, o impedimento funcional é o que conta para fins do BPC, e não a fase ativa da infecção.
O benefício também pode ser concedido durante o curso da doença, quando houver perda de capacidade ou necessidade de apoio constante.
Veja a lista:
- Hanseníase e hansenianos com sequelas (CID A30): Mesmo curados, muitos pacientes mantêm deformidades nas mãos, pés e face, com dor, anestesia e dificuldade de locomoção. É uma das doenças mais reconhecidas judicialmente para fins de BPC.
- HIV/Aids com quadro debilitante (CID B24): Pacientes com infecções oportunistas, perda de peso acentuada, fadiga extrema ou comprometimento neurológico têm respaldo forte para concessão do benefício.
- Sequelas de meningite bacteriana (CID G00, G93): Quando há surdez, epilepsia, déficit cognitivo, paralisia ou distúrbios de comportamento após a infecção.
- Covid-19 com sequelas permanentes (CID U09.9): Casos com síndrome pós-Covid (Covid longa) que causam fadiga incapacitante, distúrbios neurológicos, respiratórios ou cognitivos. Já existem decisões judiciais reconhecendo o direito ao BPC.
- Tuberculose resistente ou com sequelas pulmonares (CID A15–A19): Causa perda de função respiratória e limita a capacidade física em casos crônicos.
- Osteomielite crônica por infecção (CID M86): Inflamação óssea recorrente, com dor intensa, drenagem de pus e risco de amputação.
- Hepatite crônica com comprometimento funcional (CID B18): Casos com cansaço extremo, icterícia, encefalopatia hepática ou evolução para cirrose.
- Candidíase esofágica recorrente em pacientes imunossuprimidos (CID B37.8): Indica baixa imunidade persistente.
- Leishmaniose visceral com recaídas (CID B55.0): Pode causar anemia, aumento do baço e desnutrição.
- Toxoplasmose congênita com sequelas (CID P37.1): Em recém-nascidos, pode gerar deficiência visual, auditiva ou cognitiva permanente.
- Citomegalovírus congênito (CID P35.1): Leva a microcefalia, atraso no desenvolvimento e epilepsia em alguns casos.
- Sífilis congênita com sequelas (CID A50): Pode afetar a audição, visão, dentes e sistema nervoso.
- Zika vírus com microcefalia (CID A92.8 + Q02): Fortemente reconhecida como causa de deficiência múltipla com direito ao BPC.
- Encefalite viral com comprometimento neurológico (CID A86): Pode deixar sequelas motoras ou cognitivas severas.
- Sequelas pós-Covid com laudo multiprofissional (CID U09.9 + CID secundários): Casos com fadiga, confusão mental, falta de ar crônica, miocardite, etc.
Importante: Muitas doenças infecciosas não geram o benefício durante a infecção, mas sim pelas sequelas que deixam.
É fundamental que o laudo médico destaque como essas sequelas afetam a funcionalidade, a autonomia e a capacidade de interação social.
Outras Situações que Podem Garantir o BPC/LOAS
Além das doenças listadas por categoria, existem situações específicas que também podem justificar a concessão do BPC.
Nesses casos, o que importa é sempre o impacto funcional na vida da pessoa e a vulnerabilidade social associada.
Muitos desses casos exigem análise personalizada e, muitas vezes, ação judicial com provas complementares.
- Durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia ou pós-cirurgia), o paciente pode enfrentar dores, fraqueza, náuseas, perda de peso, risco de infecções e impossibilidade de trabalhar.
- Quando há metástase, recidiva ou sequelas permanentes, o BPC pode ser concedido mesmo sem aposentadoria por invalidez.
- Importante: O direito não depende do tipo de câncer, mas da gravidade do quadro e da incapacidade gerada.
- Acidentes e traumatismos com sequelas permanentes (CID S00 a T98):
- Acidentes de trânsito, quedas, queimaduras graves ou ferimentos por armas de fogo podem deixar sequelas motoras, neurológicas ou cognitivas que limitam a vida da pessoa — mesmo após a alta hospitalar.
- Amputações, paraplegia, paralisias ou cicatrizes deformantes são exemplos que podem fundamentar o BPC.
- Dependência de terceiros para atividades básicas:
- Pessoas que não conseguem se alimentar sozinhas, tomar banho, se vestir ou se locomover sem ajuda constante já atendem ao critério funcional do BPC, independentemente do diagnóstico.
- Uso contínuo de medicamentos, sondas, oxigênio ou dispositivos de apoio: A necessidade constante desses recursos reforça a existência de um impedimento de longo prazo e deve ser evidenciada no laudo.
Minha Doença Não Está na Lista. E Agora?
Se você percorreu a lista e não encontrou sua doença, não se preocupe.
A lei que regulamenta o BPC/LOAS não exige que o diagnóstico esteja em uma lista fechada, e nem que a pessoa tenha uma doença “grave” nos termos populares.
O que a legislação exige é algo muito mais importante (e mais justo):
- A existência de um impedimento de longo prazo que impeça a pessoa de participar plenamente da sociedade em igualdade de condições.
Em outras palavras: o nome da doença importa menos do que o que ela causa na sua vida.
O INSS e a Justiça analisam se a condição de saúde:
- Já dura há pelo menos 2 anos (ou tem previsão de permanência prolongada);
- Limita a autonomia para atividades básicas (higiene, alimentação, locomoção);
- Impede o aprendizado adequado, em caso de crianças;
- Prejudica a capacidade de comunicação, socialização ou adaptação ao meio;
- Ou reduz drasticamente a capacidade de inserção no mercado de trabalho.
Muitas pessoas que não se enquadram em “doenças clássicas” já tiveram o BPC concedido, justamente porque provaram o impacto funcional de sua condição.
Menor de idade pode pedir o BPC/LOAS?
Sim!
Menores de idade podem ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), desde que atendam aos critérios estabelecidos pela legislação.
Ou seja:
- Possuir alguma deficiência ou doença grave;
- Se encaixar no critério de baixa renda.
O BPC/LOAS é destinado a pessoas com deficiência ou doença grave de qualquer idade, incluindo crianças e adolescentes, que vivenciam limitações significativas em sua participação social devido à deficiência.
Quem recebe Bolsa Família pode pedir o BPC/LOAS?
Sim, quem recebe Bolsa Família pode pedir o BPC/LOAS.
Receber o bolsa família não prejudica para pedir o BPC/LOAS, inclusive, pode ajudar a ter direito ao BPC.
Uma vez o bolsa família é destinado para pessoas de baixa renda, fica mais fácil caracterizar as pessoas para conseguirem o BPC/LOAS.
BPC/LOAS por Motivo de Doença Deixa 13º?
Não, o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) não concede 13º salário aos seus beneficiários.
Diferente das aposentadorias, o BPC/LOAS é regido por regras diferentes, regras da assistência social e não está sujeito a pagamentos adicionais como o 13º salário.
BPC/LOAS por Motivo de Doença Deixa Pensão por Morte?
Não, o BPC/LOAS também não prevê a transmissão do benefício na forma de pensão por morte.
Por ser um benefício assistencial não contributivo, ele é estritamente pessoal e intransferível.
Isso significa que, em caso de falecimento do beneficiário, o BPC/LOAS é automaticamente encerrado e não há direito a pensão por morte para os dependentes ou familiares.
Mas isso não impede que outras pessoas da mesma residência possam pedir o BPC/LOAS caso tenham direito.
Documentos Necessários para Dar Entrada no BPC/LOAS por Doença
Para dar entrada no BPC/LOAS por motivo de doença, são necessários os seguintes documentos:
- Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) atualizado;
- CPF e documento de identidade com foto (RG, CNH ou outro documento oficial);
- Comprovante de residência atualizado;
- Laudo médico recente, com CID (Classificação Internacional de Doenças) que comprove a deficiência ou doença e sua gravidade, impacto na capacidade funcional e necessidade de assistência permanente de terceiros;
- Relatórios médicos e exames complementares que detalhem a condição de saúde;
- Receitas de medicamentos usados no tratamento
Cada caso é único, e pode ser necessário apresentar documentos adicionais conforme a situação específica do caso.
Como dar entrada no BPC/LOAS por Doença
Para dar entrada no Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) por motivo de doença, siga os passos abaixo:
Pelo Telefone:
- Ligue para o número 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h (horário de Brasília), e informe que deseja solicitar o BPC/LOAS por motivo de doença.
Pelo Portal do MeuINSS
- Acesse o portal Meu INSS (meu.inss.gov.br);
- Faça login com seu CPF e senha.
- Na página inicial, selecione a opção “Agendamentos/Solicitações”;
- Clique em “Novo Requerimento”;
- Escolha a opção “Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência”
BPC/LOAS foi negado? E agora?
Receber a negativa do BPC/LOAS é uma realidade comum e frustrante para milhares de brasileiros.
Muitas vezes, mesmo com laudo médico, documentos e necessidades evidentes, o INSS nega o pedido por falta de comprovação funcional, interpretação rígida da renda ou erro na análise social.
Mas atenção: A negativa não é o fim. Em muitos casos, é apenas o começo do caminho certo.
Se o seu pedido foi indeferido, não desista.
Procure um advogado previdenciário para te ajudar, com ele é possível:
- Identificar exatamente por que o benefício foi negado;
- Refazer ou complementar os laudos com base nos critérios do INSS e da Justiça;
- Reunir documentos sociais, escolares, terapêuticos e funcionais;
- E entrar com recurso administrativo ou ação judicial bem fundamentada, que realmente tenha chance de aprovação.
Na via judicial, o BPC é concedido todos os dias para pessoas que foram injustamente negadas pelo INSS.
Aqui no Robson Gonçalves Advogados, nós trabalhamos da seguinte forma:
- Se você tem direito ao BPC, mesmo com negativa anterior;
- O que precisa ser ajustado ou incluído no seu processo;
- E como conquistar o benefício com base na lei, nas provas corretas e na jurisprudência mais atual.
Caso tenha dúvidas, procure um advogado especialista em BPC/LOAS assim você consegue ter o seu benefício.
Até o próximo!